domingo, 27 de fevereiro de 2011

Para pensar um pouco...

Olá a todos! Esta semana foi marcada por algumas intervenções menos felizes no mundo do fantástico português. É com grande pesar da minha parte, que vejo autores com um certo calibre, optarem pela crítica destrutiva para descrever as obras de alguns jovens escritores em início de carreira.

Não me cabe a mim, que nem sequer conheço o trabalho do autor criticado, avaliar o trabalho em causa. Contudo, apesar de ser apologista de cada um tem direito à sua opinião e a expressar a mesma, não posso deixar de chamar a atenção para a forma de como tal é feito.

Optar pela crítica destrutiva não ajuda ninguém. Não mostra ao autor os pontos onde errou ou onde esteve menos bem. Isto retira assim todos os aspectos positivos de uma crítica bem-feita, impedindo assim qualquer evolução, resultando apenas no denegrir da obra criticada e do autor.

O caso seria menos grave se este tipo de observações tivesse sido feito em privado, contudo, estas foram feitas em público na internet, num local onde todos os que quiserem podem ler, o que só cria uma má imagem dos intervenientes (tanto de quem é criticado, como de quem critica pela forma como o faz).

Para agravar ainda a situação, foi como que colocado um selo em todos os jovens autores portugueses, indicando que o seu trabalho não mérito e que nunca terá. Penso que todos concordamos que este tipo de generalizações estão muito aquém da realidade. Sempre existiram autores melhores e outros menos bons, independentemente da faixa etária em que se encontram.

Gostaria ainda de frisar o facto de que estamos a falar de autores em início de carreira, e como tal, com muito para aprender ao longo dos anos. Ninguém nasce ensinado, e até mesmo quem já tem mais experiência está constantemente a aprender e a melhorar. A crítica faz parte deste processo de aprendizagem, só com ela podemos aprender e evoluir, de forma a não repetirmos os mesmos erros do passado. Sempre o disse e continuo a dizer, dou mais valor a uma crítica construtiva ao meu trabalho do que a elogio, pois é a crítica que me faz crescer como autor, é através dela que vejo onde falhei e que tento colmatar as minhas falhas. Contudo, a crítica destrutiva tem exactamente o efeito oposto, não só não ajuda o autor a perceber onde errou, como deita todo o seu trabalho abaixo e sem motivo aparente.

Venho por este meio pedir que de futuro se evitem estas situações desagradáveis, ninguém ganha nada com elas, ainda para mais, quando são geradas por uma simples resposta menos feliz numa entrevista.

E quanto à qualidade das obras publicadas, deixem essa avaliação para os leitores. Da última vez que verifiquei, eles tinhas capacidades mais do que suficientes para decidir aquilo de que gostam.

Até para a semana!